transbordando chuva violenta...
Morreu o homem que era pra ser e ficou a criança no corpo que cresceu
levando os traumas pela vida á fora
...Hoje
Andarilho, olhar perdido, ossos aparecendo sob a roupa surrada
Tem breves lembranças que um dia foi visível, bonito, inteligente, amado
...e amou
Podia ter sido qualquer coisa...afinal era tão inteligente
Mas
...não conseguiu viver com a realidade brutal e escandalosamente cruel
do seu passado
( aquele dia em que rios transbordavam )
Sobreviver foi demais, sua dor corre léguas é cortante e insuportavelmente
presente, ele sente a cada segundo em cada poro...
Esta cansado de caminhar no beco escuro, molhado, "limboso" e frio
que sua vida virou, onde gotas de silêncio e abandono pingam feito palavra
mastigada e podre, lágrimas secas sangram sua face envelhecida...
As vezes ele sorri, e quase consegue embaçar a transparência de sua dor
Cata esperança a cada segundo
...mas a esperança é frágil morre rápido
Pra ele chega!
Viver dói....
Muito!!!